(à minha amiga Lourdes Palmer)
Ser mulher não é ter nas formas de escultura,
No traço do perfil, no corpo fascinante,
A beleza que um dia o tempo transfigura
E um olhar deslumbrado atrai a cada instante...
Ser mulher não é só ter a graça empolgante,
O feitiço absorvente, a lascívia e a ternura;
Ser mulher não é ter na carne provocante
A volúpia infernal que arrasta e desfigura...
Ser mulher é ter na alma essa imortal beleza
De quem sabe pensar com toda a sutileza
E no próprio ideal rara virtude alcança...
É ter, simples e pura, os sentimentos francos,
E ainda no fulgor dos seus cabelos brancos,
Sonhar como mulher, sentir como criança!
(Ilustração: Fernando Botero – Monalisa)
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