Tinha na boca o gosto do desejo
O corpo inquieto, obra do diabo
Fazia sexo sem o menor pejo
Envolvimento algum levava a cabo
Alardeava sua liberdade
Satirizando os apaixonados
Assim criou a própria identidade
Sem se importar em ter alguém ao lado
Passa-se o tempo e tantas certezas
Agora meras bolhas de sabão
Não mais asseguram-lhe a beleza
Vai pela noite em louca procura
Esvai-se o poder de sedução
Hoje, na boca, o gosto da amargura
(Ilustração: Kupka - La Môme à Gallien – 1910)
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