segunda-feira, 16 de maio de 2022

MADRIGALE / MADRIGAL, de Torquato Tasso

       




Qual rugiada o qual pianto

quai lagrime eran quelle

che sparger vidi dal notturno manto

e dal candido volto de le stelle?

E perché seminò la bianca luna

di cristalline stelle un puro nembo

a l’erba fresca in grembo?

Perché ne l’aria bruna

s’udìan, quasi dolendo, intorno intorno

gir l’aure insino al giorno?

Fur segni forse de la tua partita,

vita de la mia vita?



Tradução de Érico Nogueira:



Qual orvalho, ou qual pranto,

que lágrimas aquelas

que vi correrem do noturno manto

e do luzente rosto das estrelas?

E por que semeou a branca lua

nuvens negras de gotas cristalinas

à relva das colinas?

Por que na noite escura

se ouviram, como gritos, mundo afora

caçar o vento a aurora?

Foram sinais, talvez, de que partiste

e eu, mudo, fiquei triste?



(Ilustração: Rene Magritte)



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