quinta-feira, 25 de junho de 2020

DESILUSÃO, Patativa do Assaré

  



Como a folha no vento pelo espaço

Eu sinto o coração aqui no peito,

De ilusão e de sonho já desfeito,

A bater e a pulsar com embaraço.



Se é de dia, vou indo passo a passo

Se é de noite, me estendo sobre o leito, 


Para o mal incurável não há jeito,

É sem cura que eu vejo o meu fracasso.



Do parnaso não vejo o belo monte,

Minha estrela brilhante no horizonte

Me negou o seu raio de esperança,



Tudo triste em meu ser se manifesta,

Nesta vida cansada só me resta

As saudades do tempo de criança.





(Ilustração: José Rosário - voltando da pesca)





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