A um fradallhão bojudo e rabugento
Seus crimes confessava um desgraçado,
E entre eles dizia ter pecado
Com uma santa freira num convento:
Grita o frade: Não tardam num momento
Raios mil, que subvertam tal malvado;
Que as esposas de Cristo há profanado
No santo asilo seu, sacro aposento!
Ora diga, infeliz, como ousaria
Tal crime confessar, e ações tão brutas
A Jesus Cristo, lá no extremo dia?...
Padre, deixemos pois essas disputas;
Se ele me perguntasse, eu lhe diria:
Quem vos manda senhor casar com putas?
(Ilustração: Martin van Meytens (1695-1770) - Nonne agenouillée - ca. 1731)
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