Je suis maintenant très haut dans l’arbre des saiasons;
En bas je contemple la terre ferme du passé.
Quando les champs s’ouvraient aux semailles,
Avant que le baobab n’épaule quelques oiseaux
Au premier signal du soleil,
Ce sont tes pas qui chantaient autor de moi:
Grains de clochettes rythmant mes ablutions.
Je suis maintenant très haut dans l’arbre des saisons.
Apprends par ce quinzième jour de lune,
Que ce sont les larmes – jusqu’ici –
Qui comblent ton absence,
Allègent goutte à goutte ton image
Trop lourde sur ma pupille;
Le soir sur ma natte je veille toute trempée de toi
Comme si tu m’habitais une seconde fois.
Tradução de Leo Gonçalves:
Me alço alto agora na árvore das estações;
Embaixo, contemplo a terra firme do passado.
Quando os campos se abriam às semeaduras,
Antes que o baobá não ofereça o ombro aos passarinhos
Ao primeiro sinal do sol,
São esses os passos que cantavam ao meu redor:
Grãos de sininhos ritmando minhas abluções.
Me alço alto agora na árvore das estações.
Saiba através desse décimo quinto dia de lua
Que são as lágrimas – até aqui –
Que coroam tua ausência,
Alegam gota a gota tua imagem
Tão pesada sobre minha pupila;
À noite em minha esteira eu velo toda encharcada de ti
Como se tu me habitasses uma segunda vez.
(Poèmes de la mer, 1968)
(Ilustração: Chéri Samba - L'attachement aux racines)
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