sexta-feira, 22 de junho de 2018

SENZA NOME / SEM NOME, de Ada Negri







Io non ho nome.—Io son la rozza figlia

Dell'umida stamberga;

Plebe triste e dannata è mia famiglia,

Ma un'indomita fiamma in me s'alberga.



Seguono i passi miei maligno un nano

E un angelo pregante.

Galoppa il mio pensier per monte e piano,

Come Mazeppa sul caval fumante.



Un enigma son io d'odio e d'amore,

Di forza e di dolcezza;

M'attira de l'abisso il tenebrore,

Mi commovo d'un bimbo alla carezza.



Quando per l'uscio de la mia soffitta

Entra sfortuna, rido;

Rido se combattuta o derelitta,

Senza conforti e senza gioie, rido.



Ma sui vecchi tremanti e affaticati,

Sui senza pane, piango;

Piango su i bimbi gracili e scarnati,

Su mille ignote sofferenze piango.



E quando il pianto dal mio cor trabocca,

Nel canto ardito e strano

Che mi freme nel petto e sulla bocca,

Tutta l'anima getto a brano a brano.



Chi l'ascolta non curo; e se codardo

Livor mi sferza o punge,

Provocando il destin passo e non guardo,

E il venefico stral non mi raggiunge.



Tradução de Fabio Malavoglia:

Eu sou sem nome.— Eu sou a tosca filha

Do úmido pardieiro;

Plebe triste e danada por família,

Mas indômito é o fogo companheiro.



Segue meus passos maligno um duende

E ora um anjo adiante.

Galopa meu pensar e sobe e pende,

Como Mazeppa no cavalo arfante.



Enigma sou de amor e de sadismo,

De força e de doçura;

Atrai-me a treva do abismo,

Comove-me a criança e sua candura.



Se pela porta da água-furtada

O infortúnio entra, rio;

Rio se atacada ou enjeitada,

Sem alegrias e sem confortos, rio.



Mas pelos velhos tremendo fatigados,

Pelos sem pão, eu choro;

Pelo menino magro e esfomeado,

Por mil desconhecidas dores, choro.



E quando o pranto do peito me transborda,

Num canto estranho e ardente

A alma toda arranco corda a corda

Na melodia que à boca vem fremente.



De quem ouve não cuido e se covarde

Palor me fere e cinge,

Peito o destino de vez que não me atarde,

E o viperino fel já não me atinge.





(Ilustração: Horace Vernet - Mazeppa, 1826)




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