sábado, 16 de novembro de 2013

HERANÇA DE MORTE, de Amélia Dalomba













Lírios em mãos de carrascos
Pombal à porta de ladrões
Filho de mulher à boca do lixo
Feridas gangrenadas sobre pontes quebradas
Assim construímos África nos cursos de herança e morte
Quando a crosta romper os beiços da terra
O vento ditará a sentença aos deserdados
Um feixe de luz constante na paginação da história
Cada ser um dever e um direito
Na voz ferida todos os abismos deglutidos pela esperança




(Todos os Sonhos - Antologia da Poesia Moderna Angolana. Org. Adriano Botelho de Vasconcelos)




(Ilustração: Ndeveni - Maasai Moran and Cows at Manyatta)






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