E da maldade das mulheres fala-se em Eclesiastes XXV: “Não há cabeça superior à de uma serpente, e não há ira superior à de uma mulher. Prefiro viver com um leão e um dragão, que com uma mulher malévola”. E entre muitas outras coisas que nesse ponto precedem e seguem ao tema da mulher maligna, concluímos: Todas as malignidades são pouca coisa em comparação com a de uma mulher. Pelo qual São João Crisóstomo diz em texto: “Não convém se casar”. São Mateus, XIX: Que outra coisa é uma mulher, senão um inimigo da amizade, um castigo inevitável, um mal necessário, uma tentação natural, uma calamidade desejável, um perigo doméstico, um deleitável detrimento, um mal da natureza pintado com alegres cores! Portanto, se é um pecado divorciar-se dela quando deveria mantê-la, é na verdade uma tortura necessária. Pois ou bem cometemos adultério ao nos divorciar, ou devemos suportar uma luta quotidiana. Em seu segundo livro A Retórica, Cícero diz: “Os muitos apetites dos homens levam-no a um pecado, mas o único apetite das mulheres as conduz a todos os pecados, pois a raiz de todos os vícios femininos é a avareza”. E Séneca diz em suas Tragédias: “Uma mulher ama ou odeia; não há uma terceira alternativa. E as lágrimas de uma mulher é um engano, pois podem brotar de uma pena verdadeira, ou ser uma armadilha. Quando uma mulher pensa sozinha, pensa o mal”.
Mas para as boas mulheres há tanto louvor que lemos que deram beatitude aos homens, e salvaram nações, países e cidades; como fica claro no caso de Judith, Déborah e Esther. Veja-se também Coríntios I: “Da mulher que tem um marido infiel, e consente em habitar com ele; não a dispense. Porque o marido infiel é santificado na mulher”. E Eclesiastes, XXVI: “Bendito o homem que tem uma mulher virtuosa, pois o número de seus dias se duplicará”. E ao longo desse capítulo se dizem muitos elogios sobre a excelência das mulheres boas, o mesmo que no último capítulo dos Provérbios a respeito de uma mulher virtuosa.
E tudo isto fica claro no Novo Testamento, a respeito das mulheres e virgens e outras mulheres santas que pela fé afastaram nações e reinos da adoração de ídolos, para leva-los à religião cristã. Quem ler Vincent de Beauvais - em Spec. Histor. XXM 9 - encontrará coisas maravilhosas na conversão da Hungria pela muito cristã Gilia, e dos francos por Clotilda, esposa de Clodoveo. Portanto, em muitas críticas que lemos contra as mulheres, a palavra mulher se usa para significar o apetite da carne. E como foi dito: Aqui verificamos que a mulher é mais amarga que a morte e uma boa mulher está submetida ao apetite carnal.
(Malleus Maleficarum – O Martelo das Bruxas, tradução de Alex H.S.)
(Ilustração: Tamara de Lempicka - the girls)
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