Nessa tristeza mórbida, secreta,
Que te afugenta as sombras do
repouso,
Eu vejo a hipocondria, a febre
infecta
— Florescências do pântano do gozo.
Por uma noite de luar repleta,
Eu, contudo, quisera, fervoroso,
Sentir pulsar esta paixão discreta
No bronze do teu seio tormentoso!
Depois... morrer! beijando como o pária
Na liça da peleja sanguinária
A mortalha de lodo em que se cose!
És o perfume negro, a flor do pasmo,
Que no silêncio morno do marasmo
Faz-me sonhar os estos da nevrose!...
Faz-me sonhar os estos da nevrose!...
(Ilustração: Dino Valls)
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