quinta-feira, 2 de junho de 2011

PLENILÚNIO, de Fernando Pessoa






As horas pela alameda
Arrastam vestes de seda,

Vestes de seda sonhada
Pela alameda alongada

Sob o azular do luar...
E ouve-se no ar a expirar -

A expirar mas nunca expira
Uma flauta que delira,

Que é mais a ideia de ouvi-la
Que ouvi-la quase tranquila

Pelo ar a ondear e a ir...

Silêncio a tremeluzir...




(Ficções do Interlúdio)


(Ilustração: Henri Julien Félix Rousseau- La bohemiènne endormie)




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