O BICHO, de Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Na era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(Ilustração: Felix Nussbaum – campo)
Cara muito bom esse poema.
ResponderExcluirTenho ele sempre na memória. Esse poema é um fato que lamentavelmente ainda existe; uma condição dos miseráveis que circundam as metrópoles.