A cidade natal... Uma aquarela
que me vem do passado... e que me faz sonhar.
Cerro os olhos e vejo-a, adormecida e bela,
toda envolta em luar.
Aqui, uma rua pobre. Ali, uma viela.
Os jardins... O canal... A velha igreja, a orar.
E, mais além, o rio - uma fita amarela
na paisagem lunar.
Cantando a tua vida acolhedora e quieta,
serei sempre o teu poeta anônimo - o teu poeta,
cidade de interior.
Pois foi sob o teu céu, curvo como um diadema
que um dia florescera o meu primeiro poema,
e florescera um dia o meu primeiro amor.
(Ilustração: Leda Catunda – paisagem com estrada)
Nenhum comentário:
Postar um comentário