terça-feira, 23 de junho de 2009

VANDALISMO, de Augusto dos Anjos







Meu coração tem catedrais imensas,
- Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume do amor em serenatas
Canta a aleluia virginal das crenças.


Na ogiva fúlgida e nas colunatas

Vertem lustrais irradiações intensas,
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.


Como os velhos templários medievais

Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...


E erguendo os gládios e brandindo as hastas,

No desespero dos iconoclastas,
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!




(Eu e Outras Poesias)



(Ilustração: Franciscus Gijsbrechts - vanitas)




Nenhum comentário:

Postar um comentário